O imaginário trágico de Machado de Assis: elementos para uma pedagogia da escolha

Autores

Rogério de Almeida
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação

Palavras-chave:

Machado de Assis, Crítica e interpretação, Pedagogia da escolha, Fundamentos da educação

Sinopse

Com esse livro, que merece ser lido e discutido, Rogério de Almeida se lança no texto e na crítica machadianas sem qualquer expectativa de encontrar uma rede de proteção no final do mergulho. Ao encarar aquilo para que as melhores narrativas machadianas parecem apontar – o nada, sem mais nem menos –, surpreende, enfim, um Machado plenamente trágico. Para o Machado que ressalta dessas páginas, não há leis naturais, apenas formulações estabelecidas pela razão. Por isso mesmo elas são precárias, instáveis, falíveis, na medida em que a razão não é capaz de apreender a realidade. É dessa incapacidade fundamental, aliás, que surgiria, segundo Clément Rosset, a necessidade generalizada no pensamento ocidental de pressupor a insuficiência da realidade, e de inventar sistemas que expliquem suas origens ou a transcendam, seja por meio da ontologia, da metafísica ou da invenção de utopias. Na contramão de tudo isso, o Machado de Rogério de Almeida constrói uma obra que produz uma relativização incessante dos fatos, indicando que não há nada tão fixo a sustentar a realidade, a não ser a imaginação dos interessados em atribuir significação à realidade, um modo de aplacar a angústia causada pela falta de sentido da vida.

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Publicado

fevereiro 17, 2020
COMO CITAR

Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-65-5013-012-1

doi

10.11606/9786550130121