Por uma nova pedagogia do patrimônio cultural: conflitos, apagamentos e práticas educativas de resistência

As relações entre patrimônio e educação não são recentes. Desde o início das práticas institucionais de patrimonialização no Brasil, a educação esteve presente na política patrimonial. Porém, o entendimento de patrimônio dependeu das distintas concepções  pedagógicas que se teve dele. A Rede Paulista de Educação Patrimonial (Repep) – coletivo formado por profissionais multidisciplinares, pessoas educadoras, militantes, ativistas, pesquisadoras interessadas nessas temáticas –, há mais de dez anos toma parte nesse conflito em defesa de uma postura educativa crítica que concebe o patrimônio cultural como meio para análise das relações sociais historicamente constituídas. A Repep se insere no movimento das políticas de patrimônio que, a partir de 2006, conduziu a educação patrimonial como instrumento de mobilização coletiva para perceber as contradições do contexto e identificar elementos da cultura que fossem fundamentais para a vida de diferentes grupos sociais. Este livro compartilha parte dos trabalhos e das reflexões desenvolvidas ao longo desses mais de dez anos de Repep. São textos escritos por pessoas que compõem a rede. A diversidade de abordagens temáticas, tendo como fio condutor as potencialidades formativas a partir do patrimônio cultural, demonstra as possibilidades intersetoriais da educação patrimonial. O objetivo central desta obra é apresentar uma reflexão crítica atualizada sobre os desafios teóricos e práticos da atuação em educação patrimonial.