Conversa de educadores: catálogo analítico da correspondência entre Abgar Renault e Fernando de Azevedo

O encontro entre Abgar Renault e Fernando de Azevedo deu-se em uma tarde memorável de junho de 1940 e foi o início de uma amizade duradoura. A conversa travada entre eles desenrolou-se carregada de pessimismo, tecida de hipóteses e previsões, e marcada por longas pausas de silêncio e reflexão. Memória construída sobre as imagens da Segunda Grande Guerra e adensada de questões políticas ... A obra “Conversa de educadores” apresenta três pontos de interesse: primeiramente as “conversações” de dois educadores, dois momentos altos de nossa cultura, sobre coisas da educação, tema predominante de suas preocupações intelectuais e área, por excelência, de suas atividades públicas. Em segundo lugar, o diálogo mais amplo e mais denso entre dois escritores, dois humanistas, quando desnudam seu espírito, um perante o outro, e revelam sua facies mais íntima. Em terceiro lugar, esta obra versa sobre um hábito que tende a desaparecer: a correspondência. Nos tempos vertiginosos em que vivemos, não há mais tempo para cartas; a telefonia e a informática eliminaram aquilo a que, em passado recente, as pessoas se entregavam com prazer: o hábito de se escreverem. Da correspondência aqui catalogada, fica-nos ainda uma lição que não está ligada especificamente à educação: as cartas trocadas entre dois escritores estão a mostrar-nos que a vida nem sempre é fácil e bela, mas que há homens que podem modificá-la, quando sabem dar-lhe um sentido e comunicar-lhe a grandeza de seu espírito. Esta obra integra a série Cadernos do IEB.